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Meu fogão de lendas
Decanta panela e vagueia aromas
Quanta alegria já me dera teu fogo
Quanta lembrança saborosa
És o mimo da casa
O leito do calor
A caminha da brasa
(...)
Sopros, um canto da chapa
A lenha vai ser fumaça
Doce, um tacho de serenidade
A vida vai ser tranquila.
Cansadas no tempo,
tantos espinhos nos cercam...
Não cante senhora ao cair da tarde
Somos filhas da lua, perfume do sereno
Deixa entrar o outono, ainda cedo
Deixa cair a noite, ainda dia
Deixa conhecer o cheiro da saudade
Ahh laranjeira...
Pomar da minha alma,
Verde sopro da terra.
Estavas seco, meio disperso,quase esquecido
E sem muitas demoras, vieras com frutos
Diria-me:
__ Não sou teu príncipe, apenas servo, tenho
frutos suculentos
Qual meu espanto, falaras!
Certo, não acreditava em ti.
Sabia das tuas ferrugens e de tua frustração.
Não eras príncipe, apenas planta
Meio sem jeito, aroma da casa.
Cortez, és tu meu limoeiro servo.
Estou em hastes
Símbolos, palavras e alguns encantos
Vivo mais clara, outras liras
Outrora só, e agora rara
Sou de pedra e das pedras
Sou do mato e das matas
Calma, faço versos
Não choro no silêncio, já me perdi do passado...
Vivo mais clara, outras liras
Outrora luz, e agora sol.