terça-feira, 10 de maio de 2011

O caminho carinho




Ela veio pousando rápido, soprou, subiu desceu... Sim outra vez ela pode renascer!
Qual espanto de quem a esmagou, qual enfado daquele que outrora a fez triste.
Agora cheia de si, a graça alada esparramando encanto por todos os lugares

Somaram-se alguns dias com um pouco mais de zelo
Pobrezinha, era só um beijinho o que queria
Pousava tristinha em flores e só pedia afago

A ela tudo era motivo de recomeço, voar, voar... Ahhhh era ar!
Cansada tomou da crença que lhe valia uma nova vida
Fez do amargo a vida: as margaridas
E ao amor: um caminho carinho.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

As flores da rainha

Ôhhh dona da casa dá licença de chegar!
Olho de longe a flor, pensei em poder pegar
É flor de rainha, perfume da noite?


Não sinhô, flores da rainha
Pois há muito tempo eram por demais nas ruas

Tanto cheiro que outrora vieram inebriar
Tanta formosura que por dias abrigaram a sombra


Dantes era pequenas, e aos poucos tomaram a vila

Mas nesses tempos somente solidão pareia o ar
Pode chegar, olha de pertinho
Flores de rainha, nas pétalas da lua.

O poço da arraia

Descanso sereno

Raízes lascadas, quedas do tempo

Querendo deslizo solene nos pés

Falo do remanso, consagro o capim
Vou conduzindo pedras, ora coloridas, ora lavadas
Sou destas trevas o canto do passarinho

Sou destes matos o som da corredeira
Sou destas tardes o refresco da meninada


Sou o passo no leito de vida
O fundo do rio, o beliscado do peixe
Sou o poço da arraia.

A casa de bonecas

A casa será revisitada, novas compras
E tudo que era dor  agora é alegria
As lágrimas do engano já passaram
E assim no seu aniversário ela é como eu: sozinha
A casa de bonecas é também casa de amigos
Casa de encantos, sabores e muitas rosas
Novos eucaliptos irão nascer
As folhas irão secar mais
E as pedras não terão lembranças
No continente do fogo serei aquecida
No manto da santa serei protegida
...
A porta está aberta entre
O barro das minhas palavras me guarda tranquila
O doce é servido aos poucos e com carinho.
Aos sinceros o pouso perfumado.

terça-feira, 3 de maio de 2011

o milho de amarrios

Saboroso sol de tarde
Calor de tacho, milho encantado
Aromas de quintal
Fruto amaro
Banho de pato
Cantiga de galinhas
Alvoroço de porco
Qualho em bacia, queijo macio em pedaços
Somos feitos de uma única vontade
O milho de amarrios, o vivo da palha
O calor da brasa e a força da mão.

sábado, 30 de abril de 2011

Diante da luz

Não pedi muito e me veio tanto.
Estou em partes que podem ser um sinal de glória
E a Deus, nosso Senhor devoto meu coração.


Diante das pedras
Diante das águas
Diante da luz
Diante do sol
Diante do mim


Trago rosas para cada lágrima
Levo sorrisos para cada espi nho
Só, levanto meu dom
Como clara,
como alva mensagem de paz
Como lira,
como luz mensagem da natureza.

domingo, 10 de abril de 2011

A síncope das horas

Hoje, apenas hoje, serei breve.
Ontem tarde que nunca veio, avistei a esperança
Mas com o amanhã veio a desilusão...
Ah... achei que ainda dava tempo de ser feliz.


Agora, apenas agora, sei o valor
De todos os dias que não voltaram
No entanto pude reafirmar um pouco de vida
A tentativa de estender a mão ao amor.


Deixo as rosas,
as árvores,
as brilhantes águas
e a poucas folhas
que outrora eu recolhi.
Não fiz fortunas,
tão menos
constitui uma família
Guardo um baú
de inesgotáveis palavras.


Poderás usar a sua preferida,
sim qualquer uma
Delas não faço segredo,
ofereço-as como dádiva.
Uma  a uma,
a ave palavra  livre(mente).