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Quero ver a mata e na vasta trilha e dar um salto
Não espalho rimas, sou mais da cor, sou mais da alma
Entre a porta de Bernardo, o escritor goiano, pedras
Pedras raras palavras...
Eis o salto
Eis Corumbá de Goiás
Este é o cerrado riscado pelas águas
Estas são as águas que cantam no meio do salto.
Meu fogão de lendas
Decanta panela e vagueia aromas
Quanta alegria já me dera teu fogo
Quanta lembrança saborosa
És o mimo da casa
O leito do calor
A caminha da brasa
(...)
Sopros, um canto da chapa
A lenha vai ser fumaça
Doce, um tacho de serenidade
A vida vai ser tranquila.
Cansadas no tempo,
tantos espinhos nos cercam...
Não cante senhora ao cair da tarde
Somos filhas da lua, perfume do sereno
Deixa entrar o outono, ainda cedo
Deixa cair a noite, ainda dia
Deixa conhecer o cheiro da saudade
Ahh laranjeira...
Pomar da minha alma,
Verde sopro da terra.
Estavas seco, meio disperso,quase esquecido
E sem muitas demoras, vieras com frutos
Diria-me:
__ Não sou teu príncipe, apenas servo, tenho
frutos suculentos
Qual meu espanto, falaras!
Certo, não acreditava em ti.
Sabia das tuas ferrugens e de tua frustração.
Não eras príncipe, apenas planta
Meio sem jeito, aroma da casa.
Cortez, és tu meu limoeiro servo.
Estou em hastes
Símbolos, palavras e alguns encantos
Vivo mais clara, outras liras
Outrora só, e agora rara
Sou de pedra e das pedras
Sou do mato e das matas
Calma, faço versos
Não choro no silêncio, já me perdi do passado...
Vivo mais clara, outras liras
Outrora luz, e agora sol.
Eu venho de um tempo menino
de um falar manso
Eu tenho meras ideias e virtuosas folhas
Passagens do vento
Passagens de um eu ainda mais lírico
Sopro de verde
Cantiga de criança.
Conheci a falsidade
mas prezo as plantas
Dou-me em versos
Reparto-me ainda jovem
As leves manhãs de clara
O lirismo virtual das árvores.
Quanto tempo gasta o encanto de uma rosa?
Um pouco de humano
mais um outro tanto de carinho
Responder... Sei mais quando posso respirar
Quanto tempo gasta um sonho de rosa?
Bem mais que uma lágrima
e mais breve do que um afago
Sentir... Gosto mais quando posso servir
Ahhhh ... minha roseira branca da Colônia.
És tu minha ou o meu coração vosso escravo?
Formosa longe na noite pelo vento
Cansada perto no silêncio pela palavra.