domingo, 22 de julho de 2012

Roseira branca

Quantas saudades habitam o coração de uma rosa?
Por quantas noites dormiremos distantes, 
outrora poderia vê-la
Mas sei do tempo certo,
 regar tuas folhas e podar teus galhos


 Minha eterna roseira branca, que teimas
Que viva, mas clara
Que brilhe mais lira.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Corumbá




Quero ver a mata e na vasta trilha e dar um salto
Não espalho rimas, sou mais da cor, sou mais da alma
Entre a porta de Bernardo, o escritor goiano, pedras
Pedras raras palavras...
Eis o salto
Eis Corumbá de Goiás
Este é o cerrado riscado pelas águas
Estas são as águas que cantam no meio do salto.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

Fogão de lendas















Meu fogão de lendas
Decanta panela e vagueia aromas
Quanta alegria já me dera teu fogo
Quanta lembrança saborosa


És o mimo da casa
O leito do calor
A caminha da brasa


(...)
Sopros, um canto da chapa
A lenha vai ser fumaça
Doce, um tacho de serenidade 
A vida vai ser tranquila.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

A laranjeira do tempo



Cansadas no tempo, 
tantos espinhos nos cercam...
Não cante senhora ao cair da tarde
Somos filhas da lua, perfume do sereno
Deixa entrar o outono, ainda cedo
Deixa cair a noite, ainda dia
Deixa conhecer o cheiro da saudade
Ahh laranjeira...
 Pomar da minha alma,
 Verde sopro da terra.

O limoeiro servo



Estavas seco, meio disperso,quase esquecido
E sem muitas demoras, vieras com frutos
Diria-me:

__ Não sou teu príncipe, apenas servo, tenho 

frutos suculentos
Qual meu espanto, falaras!
Certo, não acreditava em ti. 
Sabia das tuas ferrugens e de  tua frustração.
Não eras príncipe, apenas planta
Meio sem jeito, aroma da casa.
Cortez, és tu meu limoeiro servo.

Uma vida clara




















Estou em hastes
Símbolos, palavras e alguns encantos
Vivo mais clara, outras liras
Outrora só, e agora rara


Sou de pedra e das pedras
Sou do mato e das matas
Calma, faço versos
Não choro no silêncio,  já me perdi do passado...
Vivo mais clara, outras liras
Outrora luz, e agora sol.



quarta-feira, 28 de março de 2012

O livro de árvores


Eu venho de um tempo menino
de um falar manso
Eu tenho meras ideias e virtuosas folhas
Passagens do vento
Passagens de um eu ainda mais lírico
Sopro de verde
Cantiga de criança.


Conheci a  falsidade
mas prezo as plantas
Dou-me em versos
Reparto-me ainda jovem
As leves manhãs de clara
O lirismo virtual das árvores.