Na noite vestiu-se de folhas Na manhã vestiu-se de frutos
era fagueira, era menina era uma tarde e no meio da praça entre o canto dos pássaros ela deixou o seu lado natural, despiu-se da realidade e vestiu-se de sonhos.
Cortina de renda na janela Esperas do sol Passado de sombras na porta Esperas da vida Pedras de escravidão na rua Esperas da história
Cortes do tempo, a rotina não volta Partes do século, a rotina não para Sem esquecimentos, em pouco abandono: o chafariz Sem avivamentos, em muitos espetáculos: a praça Menina da aurora Senhora da tarde Na terra goiana, Cidade de Goiás.
Um lado escuro da noite Uma saudade bate a porta A casa ouve tristezas A alma lamenta solidão A porta silenciosa A noite guarda o passado As paredes bebem segredos A vida repousa sossegada
nenhum mito Nenhum homem Ninguém ousou saber O que as janelas abandonadas escondem.