Quando me vestiram de tristeza
eu ainda não sabia chorar
Quando me vestiram de alegria
eu já conhecia as lágrimas
Quando me deram o sol
eu vi tudo mais só e mais verde
Quando me colocaram no rumo
minha alma já era estrada
Eu fiquei aqui vestida
Re(vestida)
Esperando o tempo passar
Tenho uma camisa de folhas
Um passado de lamúrias
Um tronco de melancolia
Então sou árvore vestida
Re(vestida) e a(dor)nada.
Passagem entre as cidades de Itauçu e Itaberaí - Goiás
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Cores da chuva
Os frutos mais doces invadiam a casa
Nos sabores, nos aromas, nas cores...
Estava prateada rainha dos tempos
Mal mimava a terra
Mal acariciava o ar
Tão plena, tão única:
A chuva
As águas que molhavam o quintal
A senhora acerola
O limoeiro príncipe
A goiabeira serena
Sim todos os frutos presenteavam a graça de Deus
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Cant(an)do sol
Trazia a luz
antes do dia, era assim meio amena...
Eu era palavra antes de ser pálida.
Eu era céu antes de ser chão
Eu era vida antes da alegria
Cheguei mais leve, toquei a cerca
Eu era casa antes da estrada
Eu era pedra antes do pó
Eu era sol antes da noite
...era assim
meio amena, antes do dia trazia luz.
antes do dia, era assim meio amena...
Eu era palavra antes de ser pálida.
Eu era céu antes de ser chão
Eu era vida antes da alegria
Cheguei mais leve, toquei a cerca
Eu era casa antes da estrada
Eu era pedra antes do pó
Eu era sol antes da noite
...era assim
meio amena, antes do dia trazia luz.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Re(cor)tada
Quando cresci era cedo demais para fiar
Então eu bordava
Bordava a rosa, o céu, a borboleta e em algumas vezes

todo o jardim...
Minhas mãos já eram cansadas, mas meu coração renovado
Meu corpo já era velho, mas minha palavra ainda moça
E foi assim que deixei sem saber a ideia de ser menina
Num destes dias de caramujo
Num destes dias vermelhos sem explicação
Nunca domei ondas, tão pouco nadei
Sou primavera, verão, outono e nunca inverno
Porque no frio a linha lira não aquece.
Eis me aqui por muitas décadas
a menina
a moça
a velha do verso virtual.
Então eu bordava
Bordava a rosa, o céu, a borboleta e em algumas vezes
todo o jardim...
Minhas mãos já eram cansadas, mas meu coração renovado
Meu corpo já era velho, mas minha palavra ainda moça
E foi assim que deixei sem saber a ideia de ser menina
Num destes dias de caramujo
Num destes dias vermelhos sem explicação
Nunca domei ondas, tão pouco nadei
Sou primavera, verão, outono e nunca inverno
Porque no frio a linha lira não aquece.
Eis me aqui por muitas décadas
a menina
a moça
a velha do verso virtual.
Estradas
Estou por meios
Estou nas estradas de chão
Estou no mato aberto
Instâncias para ir além
Estou entre cortes, passos, palavras
Estou entre casas, janelas, telhados
Estou entre outros: assim entre retratos
No começo da vila
No começo do céu
No começo sem fim da simplicidade.
Estou nas estradas de chão
Estou no mato aberto
Instâncias para ir além
Estou entre cortes, passos, palavras
Estou entre casas, janelas, telhados
Estou entre outros: assim entre retratos
No começo da vila
No começo do céu
No começo sem fim da simplicidade.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Entre tropas
A vida tropeira
remonta o passado
em trapos, traços e trajetos
A rota de uma roda
O círculo de uma reza
A casa, fascínio colossal
Um jardim de flores e histórias
E aos escravos um descanso de pedras
Os sinos tocavam idas e vindas
Pessoas esperavam a celebração
E a capela santificada de cores
Pintura dos santos em comunhão
O boi carreiro dormia nas sombras
Alimentava-se fartamente
Esperando novas tropas
Mantos e mantimentos
O pouso debaixo das estrelas
O barulho sonoro dos carros
O levante em muitas estradas de chão
Era assim: a vida tropeira
Fazenda Babilônia - Pirenópolis - Goiás
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Canção da mata
Quero ir mais longe
Distante do passado
Atravessando pedras
Vou me perder nas matas
Entre os olhos do sol
Sou densa cor da vida
Corto histórias e invento outras
Notas que não vão mais tocar
Busco verdade entre as águas
Esqueço palavras
Executo sonhos
E antes do alvorecer... desapareço
No meio das serras
No alto dos céus
Num estado liricamente livre.
Rio Santo Antônio - Cidade de Goiás
Assinar:
Postagens (Atom)