quinta-feira, 10 de abril de 2014

Silenci(ando) a chuva

Eu conheço lágrimas
Cantos da chuva
Medos do mato
Pavor de escuridão
 
Porque o silêncio é uma palavra
que poucos compreendem
mas que todo mundo escuta
Assim como a chuva
Assim como a choro
Não sei de mim sem palavras
Não sei do tempo sem mudanças
Não sei do sol quando há chuva


Mas a rosa sabe
Mas a terra sabe
Aquilo que tão pouco o silêncio pode dizer
Aquilo que tão poucos podem entender
Silenciando ... Assim baixinho... Aos pingos... Em pouca luz...
...Meras gotas ...Silenciando ...Cair do céu
pontas cristalinas da chuva.
 



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Amor(ada)


A soleira estreita
Barro exposto em paredes
Fundação de galhos
Arranjo de paz
Chão apertado de terra seca
Ilustre telhado
Estrutura suspensa do abrigo
Casa humilde
Água límpida no copo
Cheiro de gente e orvalho
A luz repousa nas plantas
O terreiro iluminado de sol
Deus mora aqui em meio
a simplicidade.

En(canta)do

Seria dia
O primeiro en(canto)
Seria sombra
O primeiro som
Mas ao galo cabia elegância
Entre as folhas, nomeio do quintal
Esticar o canto
A cor dando o sol
Acordando a vida.

Florescer amor


Há muito tempo nosso destino se encontrou
Há muito tempo nossas vidas estiveram distantes
Mas houve o tempo certo, e tudo se fez claro...
Ele não veio para visitas
Veio para morar
Ele não veio para histórias
Veio para viver
Ele não veio para apreciar
Veio para cuidar.

E foi assim, cuidando de mim
Levando rosas, plantando flores
Podando árvores e sempre lembrando da casa.


Por isso a casa virou coração e hoje se fez pleno...
Por palavras de paz, digo simples
Ele é o  homem que me ensinou a flor(é ser) amor.

 
 
 
Uma homenagem para perfeita rosa da minha vida chamada Rogério.

Velha árvore esquecida


Das estradas, mais leveza
Das passagens, mais caminhos
Toda quebrada e ainda distante
Toda única e ainda calada

Por tanta terra
Por tanta gente
Por tanta história

Cantaram, passaram por mim palavras esquecidas
Viveram, choraram por mim momentos tristes
Vivia chuva
Brindava dia

Eis me aqui bela e triste
Árvore escolhida
Eis me aqui só e viva
Velha árvore esquecida

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A fina flor de lira.

Ela invadiu a sombra
Eu caminhei no mato
Lira e flor
Ela ganhou ramagens
Eu encontrei a água
Lira e flor
 
Eu tomei a mata
Ela refez o dia
Flor e lira
Eu sou palavras
Ela é rima
A fina flor de lira
A fina lira da flor.

A rosa das rosas

 
A rosa das rosas
surgiu assim
Ainda tímida, florescia
Ainda cálida, parecia
 
 
Era manhã, ainda de sono
Quase clara, lívida: acontecia
Uma pétala, sobre outra, uma mágica
De macia cor quis muitos dias 
 
 
 
Tomava banho de água cristalina
Chegou sua hora e partiu bonita
Deixou a vida, ganhou a primazia
A rosa das rosas
em candura é efêmera
A rosa das rosas
em amor é eterna.