quarta-feira, 29 de junho de 2022

Pensa(mente)




Eu fiz uma leva de flores para os céus.

Eu queria ver novos rumos e novas ramas

Mas eu não vi, eu fiquei só na estrada

Eu fiquei no pó das sombras e das sobras

Já não tenho serventia a não ser servir

Faz um bom tempo que sorrir é um luxo 

A pesada mente na ocorrência de uma saída

Uma resposta do destino

Um pensamento bom para a rotina

Uma mente pensa

Ou pensa(mente)

A outrora de tudo que já não posso viver

A outra hora que tudo será um pensamento.






quarta-feira, 22 de junho de 2022

Acor(dada)

 Foi na cor da tarde que desisti dos meus sonhos.

 Foi no afeto das mentiras que gerei o medo.

 Foi na remota sensação da bon(dade) que eu vendi a minha alma.

Eu perdi tudo, absolutamente tudo para ganhar o nada, a solidão.

A cor foi dada.

O amor foi dado.

A minha vida foi dada e anulada.

Mas minha lira não, esta não tem acordo, já vivo acor(dada) para todas as perdas.







domingo, 19 de junho de 2022

O abismo e o precipício

Por quanto tempo deixei o verso?

Por quanto tempo esqueci de mim?

Sim, as palavras guardei da alma.

Mas o abismo é profundo demais para quem fica em silêncio, e eu fiquei...

Em silêncio, no esquecimento, deixada de lado.

Até a porta da minha casa fechei.

Mas agora eu quero a senha, a chave

O pó da lira que a mal(ternidade) tirou de mim. 




domingo, 27 de dezembro de 2015

Mar(ata)

O mar não era mar
O céu não era céu
As pedras eram adornos
A água refresco do tempo.

Saudoso esforço de molhar frias mãos
Memória viva de ser menina, pés molhados
Fina areia entre plantas e gotas cristalinas
Véu de sonhos
O céu não era céu
O mar era Maratá: casta de luz.




Bolsai de estrada

Era tarde, mas nunca distante
Era imagem, mas nunca ilusão
Ele estava ali
Eu estava lá
 
Era sol, mas nunca nuvem
Era dia, mas nunca passagem
Ele estava só
Eu também
 
Foi um encontro
Foi um encanto
Mais um poema no bolso
Mais novas palavras
E um bolsai no pasto.
Eu estava indo
Ele ficará lá

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Re(volta) da vida

A vida tem vindas
A volta tem ilusões
A vida tem amores
A volta tem tristezas
A vida tem alegrias
A volta tem idas
 
Tudo e nada, dançam em vida
Nada e tudo, cantam em volta
Aprisionada plantei a perfeição
Apaixonada enganei a multidão
 
 
A Vida tem encantos 
A volta tem enganos
A vida tem de tudo
A volta tem de nada
A vida com amor
A volta com rancor
Tudo com nada será tudo ou nada?
Tudo com amor, será amor ou rancor?
Viver em paz é a melhor certeza do que o amor estará ao seu lado

 
Mais uma vez, minha gratidão por suas palavras Gleicy Faria, outro poema com sua preciosa parceria.

 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Uma mulher sem barreira(s)


Esbarra o sol para nascer o dia
Esbarra a vida para nascer o amor
Esbarra
Esbarra
Esbarra em sombras, em calor, em frio


E todo barro
E toda birra
e toda borra
Era um a espera, uma esperança
o marido tão ido ao trabalho
os filhos tão ao mundo
a casa tão florida ao barro



Eis que o tempo também esbarrou
Era forma
Era força
Era família
E todo barro era peça
E todo barro era parte
E todo barro era pessoa
Esbarra sempre
Esbarra a tempestade
Esbarra a terra
Esbarra a ternura


Sua vida era esbarrar
Seu ofício era moldar o barro
Seu coração era barrado em rosas


E ela esbarrou em mim,
toquei e comprei seu barro
E ela esbarrou em mim,
toquei e virei sua história
E até hoje ela esbarra
E do seu barro brilhante
nascem imagens
nascem palavras, e a mais bela: AMIZADE.

Uma homenagem para amiga especial: Lurdinha, artesã da Colônia de Uva - Cidade de Goiás