domingo, 3 de março de 2024

Maturi(idade)

Em outra época 

se guardavam as quitandas



A meninice apenas uma prova

Guardavam de tudo




Segredos, vestidos, cartas

Temperos, pimenta, queijo

Livros, brinquedos e mentiras...



Foi-se o tempo do Goiás Velho

Chegou a novidade!

O governo da bonança


Agora é nova era

Mas ficaram a casa, a meninada, o rio



As cortinas, as faixadas, as pedras e o silêncio

Do que foi um dia a memória do povo goiano.



Apreci(ares)


Trago outros saberes

Que ainda estão dentro da casa

Relato memórias e desafio o tempo

Aqui estão os versos

Aqui estão os meus doces



Delicada morada, só aos beijos do rio

Cheia de encantos

Entrega das pedras que dormem por aqui

Sou figura

Sou robusta

Por horas visita de Cora

Por vias visita de Aninha 



sábado, 14 de outubro de 2023

Vali(dade)

 


Não quero retomar o tempo, queria mesmo ser feliz!

Ahh por um instante ter de volta a alegria do dia

A contemplação da noite...

Foi-se, de fato fora tudo embora, até a minha paz se foi. 

Hoje eu não tenho tempo, como palavras e outras devoro em lágrimas, ficam no esquecimento.

Por aqui passei uns minutos para constatar:

Felicidade tem prazo de validade. E minha já não vale mais.

Perdeu a força, as raízes e já não tem sementes.

Sim, a felicidade é uma árvore que floresce para alguns mas apodrece sem frutos para outros.

Portanto aproveite a sua

Vali(idade) enquanto felici(idade).


terça-feira, 26 de julho de 2022

Maria Grampinho

Andarilha das noites 

Menina das pedras 

Boneca de pano 







Seu saco de sonhos

A liberdade é seu manto

Não se atreva a falar com ela

A caranca aparece

Carrega criança desobediente

Repleto de espanto

Retoma seu leito, o seu curso de histórias

Maria cheia grampos achados na rua

Maria cheia liras e embiras.




Pala(dares)

Dar-te-ei os melhores sabores

Advindos do tempo e de outras terras

Muitas mãos no ofício 





Afazeres a mais 

Nos doces e salgados

Paladar e palavras

Receitas antigas

Conserva e cozinha




Tempero e apreço

Tudo em sua hora

Se passar no forno queima

Se passar do ponto não cristaliza 

Doceira e boleira para todos os dias 




Empadão goiano é mesa farta para todos os anos.





terça-feira, 12 de julho de 2022

Cidade de Goiás

 A cidade de tantas histórias...

Qual delas é a mais a bela?

A que gente trás?

Ou a que gente leva?


        


Certamente cada palavra completa a outra, cada caso completa o outro... Assim como suas pedras que também foram marcadas por histórias e História, uma completa a outra.





Goiás, minha senhora Goiás...

Essa moça de tantos suspiros.

Essa mulher de tantas voltas.




quarta-feira, 29 de junho de 2022

Pensa(mente)




Eu fiz uma leva de flores para os céus.

Eu queria ver novos rumos e novas ramas

Mas eu não vi, eu fiquei só na estrada

Eu fiquei no pó das sombras e das sobras

Já não tenho serventia a não ser servir

Faz um bom tempo que sorrir é um luxo 

A pesada mente na ocorrência de uma saída

Uma resposta do destino

Um pensamento bom para a rotina

Uma mente pensa

Ou pensa(mente)

A outrora de tudo que já não posso viver

A outra hora que tudo será um pensamento.