quarta-feira, 28 de março de 2012

O livro de árvores


Eu venho de um tempo menino
de um falar manso
Eu tenho meras ideias e virtuosas folhas
Passagens do vento
Passagens de um eu ainda mais lírico
Sopro de verde
Cantiga de criança.


Conheci a  falsidade
mas prezo as plantas
Dou-me em versos
Reparto-me ainda jovem
As leves manhãs de clara
O lirismo virtual das árvores.

Rósea palavra II

Quanto tempo gasta o encanto de uma rosa?
Um pouco de humano 
mais um outro tanto de carinho
Responder... Sei mais quando posso respirar


Quanto tempo gasta um sonho de rosa?
Bem mais que uma lágrima
e mais breve do que um afago
Sentir... Gosto mais quando posso servir


Ahhhh ... minha roseira branca da Colônia.
És tu minha ou o meu coração vosso escravo?
Formosa longe na noite pelo vento
Cansada perto no silêncio pela palavra.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Memória goiana




Estendendo a mão te levo a porta de
casa aberta, assoalho de madeira
Soleira na porta, cadeira trançada,
mesa posta, recado de um amigo.

Estendendo a mão te levo ao rádio,
a máquina de costura, a vitrola silenciosa,
a cantiga das crianças, ao tear, a mágica roda,
as linhas do céu, vestido bordado.

Estendendo a mão te levo ao sabor do feijão,
a galhinha caipira, o prato esmaltado, a panela de ferro,
a peneira, a lenha da alma, ao sol dos dias,
a chaleira quente, o café perfumado.

Serra Dourada

Pelos ares da serra tudo ainda é de ouro
Pelos ares da mata tudo ainda é prata
De outros tempos, aqui a serra era explorada
Muros de pedra, escravos, busca de minérios...
Ahhh... mas um dia: tudo muda.
Hoje patrimônio, sublime respeito,
Barro espalhado, pessoas que passam por Goiás


A serra durante a tarde é prata
Minas de um amor que não acaba.
E durante a história é Serra Dourada.
O seio eterno de moça (a)cor(dada).
serradourada.com