quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

crepuscu(lar)

Eu retirei o sal da terra, fiz para ti a melhor canção
Nada lhe valeu, fora em vão...
Eu disse sim por muito tempo, sempre ouvindo não
Não posso mais dar-lhe palavras.
Tardia noite, amanhecia dia eu lhe dava amor.
E como é de costume, fico sozinha, calada em vazio espaço
Mas sou da luz, mesmo sombria, eu suporto
Tomo água límpida,  volto a florescer.
 Minhas pétalas ainda são sutis...
Chegou o meu sol, é hora de exalar perfume mais uma vez.

Principe(ando) o passado

Vou retornar a varanda, frente da casa
Assim como fazia na infância
vou segurar a minha boneca, quero acreditar de novo
Não foi desta vez, o amor deveria chegar: chegou, mas foi para outra pessoa...
Mas recomeço eu faço tecituras, não irei desistir.
Creio que deve haver um...
Um amor de fitas
Um amor que me carregue
Um amor que me estenda a mão
Um amor de fadas,
portanto se fadas não morrem
Vou principiar o passado até chegar o príncipe presente.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ratomando a essência


Quis a lira, e agora fiquei clara.
Anunciei tantas músicas, mas hoje é certo que vou chorar.
Lapidei um sopro que no mais tarde será cinza.
Aqui ou mais distante verbalizo tudo o que queria fazer,
e nos olhos inúmeras paisagens...
Dizem que a vida é grata por aqui, ingrato mesmo é só o destino
Nele ninguém toca, nem lira, nem pranto

Mais além, ainda do que se dizem do céu, paraíso em descanso
Ressalto a terra, vida minha: aberto(s)onhos aos quais me entreguei.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Senhora Acerola



Estou indo embora acre senhora
Estou de passagem, e agora vim me despedir
Não peço nada, porque pouco pude lhe oferecer
Apenas é a hora da tarde, é hora de dizer até breve
Vinde flores, frutos e folhas que a mim ofertara
Salvo agradecimento o carinho de árvore.
Se tudo aqui é velho, afirmo-te mais velho é meu coração
Mas diga-me, o que faz de ti tão senhora?
__ É certo, sou planta raiz da terra, e tu o que fizeste de tua seiva?

Secara em espinhos de amor conduzidos ao caminho da morte.

O mosaico da dor

Eram restos, eram cerâmicas, cisterna de casa velha.
Aterrada,  baixa e sombria.
Tornara-se mesa de cacos, num mosaico da dor
Era hora, um traço de fala
Era tarde, um banho de lágrimas.
Lavei o meu coração.

Colei a alma, acertei pedaços, busquei flores.
E por maior que seja o meu sofrimento
é inconcebível  ter e amar(dor).