sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ode ao limoeiro príncipe

Ele renovou folhagens

Acariciou meus cabelos, de fato falou comigo numa linda manhã de chuva
__ Eis aqui a moça triste, esperavas o mel? Trogo-lhe o sabor acre de(vida).
Não me importo com suas reverências, sou mesmo teimosa
Tu és mesmo perfumado, líquido fruto
Se queres me envolver, saibas estou envol(vida)
Não sei porque chegaras, mas sei da sua altivez
Furtou-me, fascinada cobriu-me de encantos...
Enlouquecida, deitada na terra perguntei:
__ És mesmo o meu príncipe?
Tácito, respondeu:
__ Contemplo-te, saboreio o vivido castanho dos olhos,
vivo, mera planta, amo-te clara, lí(vida) e rara.

domingo, 7 de novembro de 2010

Cuidados do jardim

Já era tempo, se fazia horas, dias e por muitos meses eu esperei
o florescimento dos girassóis...
Era fabuloso lembrar da minúscula película que lhe vestia a fina terra,
Era inexplicável saber o tempo que levará tanta perfeição.

Agora em lindo amarelo deliciam-se as folhas.
Mas em linda noite espera a morte, a morte dos sonhos, o falecimento do amor.

Tantos cuidados para um fim tão próximo do esperado
Tantos apegos para perder as pétalas no fino marrom da morte,
Eu lhe criei, aromas em vida, doçuras no leve trato das mãos
Porém assisto complacente à tua partida,
O meu gira(sol) era vida, era encantamento
O meu gira(sol) era prenda, era a mais pura feição.

O sol girou, o amarelo desbotou, as folhas secaram...
A luz retornou, e lá bem mansinha na terra outra semente germinava,
O negro miolo de girassol é o reconhecimento da vida.
E por nunca morrer, recria vidas, retorna amarelo, retorna só como o sol.