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Eu vou abrir caminhos no tempo
Recortar uma palavra no fogo
Os espaços de vida são leves
Suaves ao som, sutis no re(verso)
A poeira do chão revela passagens
As pedras não guardam lembranças
Apenas pó, pó de gente passada
Pó de gente na estrada
Pó de calma, fina terra que cega os olhos
Mas nunca fere uma alma goiana.
PIRINÓPOLIS - GOIÁS
Palavra de rosa é sempre rósea
Segredava a rosa pronta em ponta
Consolava lá quieta a noite
Estrelas para que, se na terra há rosas...
Rosas adormecidas, acariciadas e envaidecidas
Sou delas ainda viva
Sou delas lívida
Canto, acalento doce botão
Prêmio jardim de mim.
Toque de lira virtual.
Eu livro o meu coração do erro
Livro, liberto páginas que o passado enterrou
Soletro o medo em palavras
que nunca serão ditas
Confesso o pecado em águas
que nunca voltarão ao rio
Eu livro todos os eucaliptos de qualquer significado
Livro, livre e liberto do abraço pérfido
Embaraçosa lábia de erva daninha
Nos equívocos do mundo
Nos enganos humanos
Aprende-se e apreende-se
Com a derrocada do tempo
Com o balanço do vento
Em árvores dignas as folhas podem virar.
Em lembrança vaga da noite
Sonhava a rosa
Pétalas em cor, acorde o coração
De súbito, falou-me baixinho
_ Ela teima?
_ Ela é teimosa?
Disse-lhe sim sobre a roseira branca
A rosa é teimosa
Ela teima sempre por ser botão
e nunca se abrir quando estou por perto...
Mas haverá um sereno
Pingo de orvalho
Que poderá ver-te alva pele
E então cá me perguntarás
_ Ela chora?