sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Lira goiana



Cortina de renda na janela
Esperas do sol
Passado de sombras na porta
Esperas da vida
Pedras de escravidão na rua
Esperas da história


Cortes do tempo, a rotina não volta
Partes do século, a rotina não para

Sem esquecimentos, em pouco abandono: o chafariz
Sem avivamentos, em muitos espetáculos: a praça
Menina da aurora
Senhora da tarde
Na terra goiana, Cidade de Goiás.

Ponto de flores

Salpicadas palavras
brincam na mata
Salpicadas folhas
ilustram a passagem
Flores, flor e verde
Flores, flor e brancas
No caminho um ponto
No ponto alguns caminhos
 
Eco Vila Santa Branca - Terezópolis - Goiás

Santo(ário)



 
 
 
 
A água do rio
cortou a estrada
A estrada de pedra
tocou o céu
Santuário
Santo sol
 Santo céu 





O dia de nuvens
apontou a vida
O chão de pedras
marcou a terra
Santo céu Santo sol
Santuário (um sonho só)
 

 









domingo, 31 de agosto de 2014

la(múrio)



Um lado escuro da noite
Uma saudade bate a porta
A casa ouve tristezas
A alma lamenta solidão
A porta silenciosa
A noite guarda o passado
As paredes bebem segredos
A vida repousa sossegada

nenhum mito
Nenhum homem
Ninguém ousou saber
O que as janelas abandonadas escondem.
 
 
 
Passeio noturno pela Cidade de Goiás - Goiás

terça-feira, 22 de julho de 2014

Árvore(sendo)




Para acordar passarinhos

Raios de sol

Para descansar passarinhos

Galhos tristes

Para acalmar passarinhos

Braço seco sem folhas

Para os passarinhos

Sou assim acalanto esquecido na estrada

Sou assim veias aquecidas no céu. 
 

Grata visão: árvore localizada na GO 070 em Jussara - Goiás

terça-feira, 10 de junho de 2014

Flores da Colônia

A cor da Colônia é imprecisa
Suas árvores, seus galhos, suas folhas, ahhh suas flores....
Tudo faz silêncio
Tudo é repouso
 
 
 
Das alegrias, mínimas pétalas envolvem a vida:
 resguardam o a luz do sol  e   aprisionam o orvalho da manhã,
sem temores, sem dor, sem revolta
Abrem-se para o dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 As flores da Colônia, maravilham o céu,
 encantam à Deus, renovam a terra e perfumam o ar... 


 
 
 

  Mas se você: pobre mortal passar por lá
  Compreenderá que saudades
   tem cor 
   tem cortesia
   tem contornos.


 
   

  Porque as flores é linguagem da terra
  que nem sempre quer dar frutos aos homens,
  comunicam-se com anjos, quando eles
  resolvem caminhar. 


                                                
 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Goiás para sempre velho.

Pela casa
Por uma árvore
Pelo rio
Por um sol

Por um rio
o vermelho.
Pelas pedras
a água

Pela casa,
outras casas,
outras histórias, outras vidas, outras palavras
Mas pelos tempos: ainda Goiás

Do silêncio, do verso, do encanto,
daquela saudade
da eterna Vila Boa.
 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Silenci(ando) a chuva

Eu conheço lágrimas
Cantos da chuva
Medos do mato
Pavor de escuridão
 
Porque o silêncio é uma palavra
que poucos compreendem
mas que todo mundo escuta
Assim como a chuva
Assim como a choro
Não sei de mim sem palavras
Não sei do tempo sem mudanças
Não sei do sol quando há chuva


Mas a rosa sabe
Mas a terra sabe
Aquilo que tão pouco o silêncio pode dizer
Aquilo que tão poucos podem entender
Silenciando ... Assim baixinho... Aos pingos... Em pouca luz...
...Meras gotas ...Silenciando ...Cair do céu
pontas cristalinas da chuva.
 



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Amor(ada)


A soleira estreita
Barro exposto em paredes
Fundação de galhos
Arranjo de paz
Chão apertado de terra seca
Ilustre telhado
Estrutura suspensa do abrigo
Casa humilde
Água límpida no copo
Cheiro de gente e orvalho
A luz repousa nas plantas
O terreiro iluminado de sol
Deus mora aqui em meio
a simplicidade.

En(canta)do

Seria dia
O primeiro en(canto)
Seria sombra
O primeiro som
Mas ao galo cabia elegância
Entre as folhas, nomeio do quintal
Esticar o canto
A cor dando o sol
Acordando a vida.

Florescer amor


Há muito tempo nosso destino se encontrou
Há muito tempo nossas vidas estiveram distantes
Mas houve o tempo certo, e tudo se fez claro...
Ele não veio para visitas
Veio para morar
Ele não veio para histórias
Veio para viver
Ele não veio para apreciar
Veio para cuidar.

E foi assim, cuidando de mim
Levando rosas, plantando flores
Podando árvores e sempre lembrando da casa.


Por isso a casa virou coração e hoje se fez pleno...
Por palavras de paz, digo simples
Ele é o  homem que me ensinou a flor(é ser) amor.

 
 
 
Uma homenagem para perfeita rosa da minha vida chamada Rogério.

Velha árvore esquecida


Das estradas, mais leveza
Das passagens, mais caminhos
Toda quebrada e ainda distante
Toda única e ainda calada

Por tanta terra
Por tanta gente
Por tanta história

Cantaram, passaram por mim palavras esquecidas
Viveram, choraram por mim momentos tristes
Vivia chuva
Brindava dia

Eis me aqui bela e triste
Árvore escolhida
Eis me aqui só e viva
Velha árvore esquecida