domingo, 27 de dezembro de 2015

Mar(ata)

O mar não era mar
O céu não era céu
As pedras eram adornos
A água refresco do tempo.

Saudoso esforço de molhar frias mãos
Memória viva de ser menina, pés molhados
Fina areia entre plantas e gotas cristalinas
Véu de sonhos
O céu não era céu
O mar era Maratá: casta de luz.




Bolsai de estrada

Era tarde, mas nunca distante
Era imagem, mas nunca ilusão
Ele estava ali
Eu estava lá
 
Era sol, mas nunca nuvem
Era dia, mas nunca passagem
Ele estava só
Eu também
 
Foi um encontro
Foi um encanto
Mais um poema no bolso
Mais novas palavras
E um bolsai no pasto.
Eu estava indo
Ele ficará lá

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Re(volta) da vida

A vida tem vindas
A volta tem ilusões
A vida tem amores
A volta tem tristezas
A vida tem alegrias
A volta tem idas
 
Tudo e nada, dançam em vida
Nada e tudo, cantam em volta
Aprisionada plantei a perfeição
Apaixonada enganei a multidão
 
 
A Vida tem encantos 
A volta tem enganos
A vida tem de tudo
A volta tem de nada
A vida com amor
A volta com rancor
Tudo com nada será tudo ou nada?
Tudo com amor, será amor ou rancor?
Viver em paz é a melhor certeza do que o amor estará ao seu lado

 
Mais uma vez, minha gratidão por suas palavras Gleicy Faria, outro poema com sua preciosa parceria.

 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Uma mulher sem barreira(s)


Esbarra o sol para nascer o dia
Esbarra a vida para nascer o amor
Esbarra
Esbarra
Esbarra em sombras, em calor, em frio


E todo barro
E toda birra
e toda borra
Era um a espera, uma esperança
o marido tão ido ao trabalho
os filhos tão ao mundo
a casa tão florida ao barro



Eis que o tempo também esbarrou
Era forma
Era força
Era família
E todo barro era peça
E todo barro era parte
E todo barro era pessoa
Esbarra sempre
Esbarra a tempestade
Esbarra a terra
Esbarra a ternura


Sua vida era esbarrar
Seu ofício era moldar o barro
Seu coração era barrado em rosas


E ela esbarrou em mim,
toquei e comprei seu barro
E ela esbarrou em mim,
toquei e virei sua história
E até hoje ela esbarra
E do seu barro brilhante
nascem imagens
nascem palavras, e a mais bela: AMIZADE.

Uma homenagem para amiga especial: Lurdinha, artesã da Colônia de Uva - Cidade de Goiás

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Canção do barro

Canto de casa, vida velha
Canto de estrada, parada nova
Caminho da serra, terra molhada
Cheiro de vida, molde ao sol



Era assim nas pedras
Era assim em vasos
Era assim outros versos, outros barros
Era um passado em outras vindas
Destacam telhas, telhados
Beleza
Bravura
Barrados, barras e barros moldados.




Aos barros da Menina Dourada
A Serra Dourada - Cidade de Goiás

Poema de flores a quatro mãos


Plantei uma palavra e nasceu flor
Foi como cativar um amor
Um sorriso veio de leve e perfumado
Cada detalhe dela me enfeitiçou
Era flor ou era menina?
Era beleza ou ternura?
Por muito tempo guardei seu encanto

Aquele amor era tão eterno que eu vivia sorrindo pelos cantos
Tão único que virou dia, luz e céu tomado de esperança
Cada riso meu tinha um encanto dela
Era mágico sentimento, era amor por todo momento
Ah se ela souber que eu vivo desse amor??
Ah se ela souber que nem vivo sem esse amor??
Eu vivo flor em cada ar, eu penso magia a cada dia e ela responde: AMOR

Poema feito com a participação de Gleicy Faria, a menina palavra que nasceu flor no coração de Lírica Clara.

terça-feira, 3 de março de 2015

árvore de sonhos

Na noite
vestiu-se de folhas
Na manhã
vestiu-se de frutos






era fagueira, era menina
era uma tarde e no meio da praça
entre o  canto dos pássaros 
ela deixou o seu lado natural,
despiu-se da realidade e vestiu-se de sonhos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

#liricaclara


A minha imagem é quase palavra
A minha palavra é quase livre
Sou imediata, mensagem
Sou rara, menina.

A minha manhã é quase alva
A minha lira é quase exata
Sou pedra, pequena
Sou folha, seca





Vou de leve, bem leve
Tocar seu espaço
Vou de leve, bem leve
Rever teus olhos

A minha imagem é mais que palavra
A minha imagem é mensagem
A minha imagem é lira, toque, em(canto).




Ao sol


Saberia palavra, se a terra fosse verde

Saberia ideais, se a vida fosse flor

Saberia mais se o silêncio fosse paz

 

Não temeria se a serra fosse mais alta

Não sonharia se o cerrado fosse exposto

Sei de outros tempos a vida goiana

Sei de outras prosas a mata densa

Dos mitos, das cantigas, das esferas que a chuva levou.

Das eras, das fantasias, das luzes que o sol deixou.