domingo, 26 de dezembro de 2010

O último suspiro




Sopros

Suspiro, o último  suspiro
Reflito um pouco mais, sugiro
Ar, rarefeito assunto perfeito
Respiro e aspiro por mim
Aspiro e respiro por outros.

Sonhos que já deixei de ter
Parafina; cheiro de velas
Véu; perfume de noiva
Igreja; barulho de gente.




 Choro.
 O vento em sopros vem dizer:
_És morta, volte ao templo!
Desped(ida) ao doce da v(ida)
Suspiro o último suspiro.



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ode ao limoeiro príncipe

Ele renovou folhagens

Acariciou meus cabelos, de fato falou comigo numa linda manhã de chuva
__ Eis aqui a moça triste, esperavas o mel? Trogo-lhe o sabor acre de(vida).
Não me importo com suas reverências, sou mesmo teimosa
Tu és mesmo perfumado, líquido fruto
Se queres me envolver, saibas estou envol(vida)
Não sei porque chegaras, mas sei da sua altivez
Furtou-me, fascinada cobriu-me de encantos...
Enlouquecida, deitada na terra perguntei:
__ És mesmo o meu príncipe?
Tácito, respondeu:
__ Contemplo-te, saboreio o vivido castanho dos olhos,
vivo, mera planta, amo-te clara, lí(vida) e rara.

domingo, 7 de novembro de 2010

Cuidados do jardim

Já era tempo, se fazia horas, dias e por muitos meses eu esperei
o florescimento dos girassóis...
Era fabuloso lembrar da minúscula película que lhe vestia a fina terra,
Era inexplicável saber o tempo que levará tanta perfeição.

Agora em lindo amarelo deliciam-se as folhas.
Mas em linda noite espera a morte, a morte dos sonhos, o falecimento do amor.

Tantos cuidados para um fim tão próximo do esperado
Tantos apegos para perder as pétalas no fino marrom da morte,
Eu lhe criei, aromas em vida, doçuras no leve trato das mãos
Porém assisto complacente à tua partida,
O meu gira(sol) era vida, era encantamento
O meu gira(sol) era prenda, era a mais pura feição.

O sol girou, o amarelo desbotou, as folhas secaram...
A luz retornou, e lá bem mansinha na terra outra semente germinava,
O negro miolo de girassol é o reconhecimento da vida.
E por nunca morrer, recria vidas, retorna amarelo, retorna só como o sol.





quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cachoeira de Cristal

Era lua quase, era magia, simplesmente água.
Ficando ali estática, lânguida, brilhante
Aos olhos de quem perguntava, cristal
Aos olhos de quem passava cachoeira, promessa de mares.


Ah quem me dera roubar-te tanta beleza, ofuscar o sol todas as manhãs...
Era rara, clara, era lira quase.
Cativada pelo caminho, canteiro de pedras.








Viva e alva, imagem solene
O cristal do cerrado.


Salve, Cachoeira de Cristal em Pirinópolis - Goiás

domingo, 12 de setembro de 2010

Pássaro quebrado

Os pássaros de barro foram quebrados
Não chorei, porque já havia tanta coisa que fora quebrada
Mas caprichosa a natureza, fizera para moça triste uma homenagem
Não podia olhar para o chão, lá no alto canto da casa:
Agora ninho de passarinhos, quanto luxo, quanta honra
Hospedar passarinhos em tempo de amor...
Aprendizado, em dupla a vida é mais doce,
Em par a vida é mais rara.
O que são cacos se posso ter pássaros de verdade?
No arremate ser triste também tem sortilégios.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Colonia de Uva

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Serra Dourada

   

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O canto de encantar passarinho




O canto de encantar passarinho começa assim...
Lá no tanque berço de  samambaias, cantava um pássaro de barro
Largo alvo macio de barro, manto de terra.
Mas o astuto passarinho vindo de outras plantas saudou os vasos, recolheu-se.
No ponto alto da casa, indicou um ninho entre a madeira e as telhas
Por isso a orquídea senhora ainda sem flor, relatou
O canto do canto barro é canto de encantar passarinho.

sábado, 24 de julho de 2010

lirismodotempo

No relógio ponteiros de lágrimas.
Na prateleira objetos esquecidos pecaminosamente
No fogão gameleiras  articuladas
No balcão  telefone despreocupado
No armário  louça venerada meticulosamente
No canto roda eterna de fios
No tear passado tecido em memórias
Que o lirismo do tempo inexoravelmente pode recuperar.




Saudações ao museu histórico de Nova Veneza - Goiás

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigos da Colônia

O carinho de um amigo é valioso como uma joia,
O recanto em encantos de um amigo é assim, somos iguais, irmãos da natureza
O canto de um amigo vai além do coração, vive em cor.
Em acordos, achados no meio do mato, lá estão espalhados num verde esperança que
canta e diz:
Amigo, toda amizade se realiza em sorrisos e cortesias.

Homenagem aos amigos da Fazenda São Carlos - Colônia de Uvá, obrigada pelo carinho Dona Eva e Seu Miguel

domingo, 20 de junho de 2010

O limoeiro príncipe

Trago tanto amor por ti,nossas confabulações.
Mas que ilusão, disputar o seu amor com a roseira, pétalas de beleza.
Sou pálida demais, fria demais...
E agora como se não bastasse a intemperança,
ficarás longe de mim, não posso aprisioná-lo no canto de mudas, pois teu encanto não reside silêncio...
És muito perfumado tal qual  moço em traje de festa,
Que a laranjeira não ouça nada disso.
Mas reinarás no quintal: meu limoeiro príncipe.

domingo, 30 de maio de 2010

Um caminho de Itália

 Novas de Itália, em Nova Veneza - Goiás

Palco de amores
Pedaço de tempos distantes
Máscaras e bailados
Ternura e sabores








Flores que entenecem qual esperança
Exatamente viva nos corações humanos.