Sou o caminho de pedras, sou a mão marcada e senil
Sou a luz embalada de silêncio, o beco tardio em fim de tarde
Sou irmã das castas janelas que nunca abrem
Sou esse cheiro de mofo que alastra antes das chuvas
Sou as portas esquecidas sem travas
Sou as casas encostadas que escutam mudas
Sou sino que badala sem missa
Sou o olho curioso que vê mas não sabe
Sou a voz precisa que cala mas não entende
Sou a menina da lira que rio já conhece
Sou a moça do verso que a lembrança se perdeu.
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